quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Na minha cama.
Todas as minhas dores e dúvidas, estão deitadas hoje, aqui, na minha cama.
Todas as minhas dores e dúvidas, estão aqui,me acusando, me difamando, me apontando.
Todas elas, tão cruéis, tão reais, tão ordinárias.
Todas batendo na minha cara.
Estão querendo me amarrar, me empurrar. Estão querendo roubar meu sono.
Estão querendo controlar meu sexo, querendo me tomar.
Estão me fazendo perder, perder. Perder incontrolavelmente perder.
Quebraram minha cama, rasgaram meu colchão,mancharam meus lençóis.
Correram com meus pés, usaram meu saber, minhas roupas, estão usando a minha cara.
Engoliram minhas certezas, fugiram com meu peito, sufocaram minha respiração.
Às vezes beijam minha boca, me tocam. Me levam além.
Às vezes deitam em mim,no meu colo.
Todas as minhas dores e dúvidas, estão deitadas hoje, aqui, na minha cama.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Relâmpago.
Deveria ter dito não, àquele convite. Àquela ocasião. Àquele seu abraço. Tantas oportunidades de nos descobrirmos. E mesmo te tendo, nunca o conheci. Você passou como um relâmpago, numa nuvem escura, me deixando elétrica.Rápido e intenso.A unica coisa que agora consigo ver, é seu clarão descompassado, agora tão longe de mim. Servindo à outras tempestades.
sábado, 31 de julho de 2010
Intenção
O dia se arrastou, enquanto eu desejava ser queimada por seu olhar.
Não acredito em amor.Nem acredito nele.
Acredito em possibilidade, intensidade e vontade.
Acredito em contato. Em química.
Só sei, que estou tão bem.
Vou levando comigo.
domingo, 25 de julho de 2010
Poema em Linha Reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)
Por falta de inspiração, lhes dedico este texto.
Por excesso de identificação, lhes dedico este texto.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Por onde andei.
Vivo entre meus amores, meus amigos, minhas dores.
Ando perdida em minhas intensidades, minhas excentricidades e minhas normalidades.
O caminho está aberto.
Vou e volto.
Mas nunca fico.
Nada me prende agora.
Ando perdida em minhas intensidades, minhas excentricidades e minhas normalidades.
O caminho está aberto.
Vou e volto.
Mas nunca fico.
Nada me prende agora.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Fabiano.
Amei incondicionalmente.
De nada adianta, quando um lado morre.Seca.
Eu reguei, adubei, e ainda não entendi porque minha margarida morreu, Fabiano.
Cantei pra ela dormir,contei suas petálas uma a uma. Coloquei-a no mais lindo canto do jardim.
O sol sempre batia ali.
Margarida era sensível demais, Fabiano.
Morreu assim.
E você? Que nunca se quer um dia, regou a sua rosa?
Ela cresce tão forte, que chega a ser brutal, Fabiano.
Um dia cortei meu dedo em um de seus espinhos.De tão só, a pequena rosa, aprendeu a se defender.
Você a deixou na solidão.Ela não toma sol,nem bebe água, mas ainda sorri quando te vê.
Guarda seus espinhos e sorri.
Um amor sem volta.
Agora, por favor, me explica tudo isso, Fabiano?
Por que,quer podá-la?
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Nada
Noticia muda.Corpo gelado.Estômago embrulhado.
Mal pude imaginar tanto mal.
Não pude acreditar na quantidade de suor que saia.Quanta transpiração.
Meu pensamento todo embaraçado, desencontrado.Tudo em ebulição.
O vomito estava perto.
Apertava com tanta força as minhas próprias mãos, que acreditei que meus ossos assim, virariam pó.
Atravessei uma rua, atravessei coisas, muitas delas.
Me perdi.
Não sabia falar,andar.Não reconheci ninguém.
Girava sozinha.Tudo em câmera lenta.Tudo em close.
Cai no chão.Gritei.
Nada era nada.Nada parecia nada.Nada. Nada aqui dentro.
Nada por ai.Nada meu.
Ele ama outra.
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